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Inflação prejudicou bolso do trabalhador | Foto: Artur Luiz/Flickr

O poder de compra do brasileiro caiu nos últimos 10 anos. Para comprar uma cesta básica, a fatia necessária do rendimento médio habitual do brasileiro subiu de 21% para 26,1% entre 2013 e 2023. O levantamento é da LCA Consultores.

(CORREÇÃO: O g1 errou ao informar que o poder de compra da população caiu pela metade nos últimos 10 anos. Na verdade, a queda foi menor, como consta da reportagem agora.

O g1 pediu desculpas pela publicação do levantamento com erro, que teve ampla divulgação no site e nas suas redes sociais.

Agora o texto foi revisado e corrigido, e os cálculos estão ajustados. A correção foi feita às 17h do dia 24/1. Para saber mais sobre o erro, leia uma nota ao final da reportagem.)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice a inflação oficial do país, subiu quase 88% em 10 anos.

Mas a cesta básica reflete melhor o poder de compra da população, pois o IPCA mede uma porção de itens que não são essenciais para o dia a dia da população. E ela mais que dobrou no mesmo intervalo: passou da casa dos R$ 330 para R$ 770.

Já o rendimento médio mensal do brasileiro foi de R$ 3.034 em novembro, segundo os resultados mais recentes do IBGE. No mesmo trimestre de 2013, o valor seria o equivalente a R$ 2.909 em termos reais (já considerando o ajuste pela inflação do período). Trata-se de uma alta de 4,3%.

A preços de 2013, o g1 montou como exemplo um carrinho de mercado de 13 produtos básicos para o carrinho do supermercado com R$ 100. Já com as correções até o ano passado, os mesmos R$ 100 não compram metade das mercadorias selecionadas.

Em 2013, era possível comprar carne, leite, feijão, arroz e outros nove itens, com R$ 27,82 de troco. Já em 2023, só foi possível comprar 1kg de carne, de pão e de café.

Por que isso acontece?

O Brasil não teve um período deflacionário nos últimos 10 anos. Ou seja, ano após ano, os preços de itens compilados pelo IBGE subiram. Apenas em alguns meses se viu alguma queda, mas em itens localizados e sem força suficiente para haver um recuo na média anual.

Dois exemplos são a crise de 2015 e a pandemia de Covid-19 (principalmente em 2021). Nos dois períodos, os preços subiram por volta de 10% ao ano.

Na pandemia houve um aumento forte da inflação tanto no Brasil quanto no mundo porque diversos países fecharam fronteiras dado o excesso de casos de Covid-19, causando um desajuste completo da oferta de produtos.

Nota do g1

O g1 errou ao informar que o poder de compra da população caiu pela metade nos últimos 10 anos. O estudo usado inicialmente na reportagem utilizava os dados de rendimento da população brasileira e descontava as perdas com a inflação do período.

Os dados usados, contudo, foram de rendimento real da população, o que já considerava o desconto da inflação do período. Assim, os preços foram descontados pela segunda vez, o que provocou o erro de cálculo.

Na verdade, o rendimento médio real do brasileiro teve uma leve alta, de 4,3%, comparando os mesmos trimestres de 2013 e 2023. Isso mostra que os salários foram corrigidos pela inflação e tiveram leve ganho.

Em relação ao poder de compra da população, um levantamento com os dados corretos mostra que houve queda menor do que o indicado, se comparados os salários ao valor da cesta básica.

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