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Kelé enfrenta Ação Popular e processo que pode deixá-lo inelegível nas vésperas das eleições em Queimadas | Foto: Redes sociais

O cenário político de Queimadas, na região sisaleira da Bahia, está marcado por incertezas na disputa para definir quem governará o município a partir de janeiro de 2025. Clementino José dos Santos Rodrigues (PT), conhecido como Kelé, enfrenta um processo de impugnação de sua candidatura à prefeitura após ser indicado para substituir Paulo Sérgio Brandão Carneiro, o Serginho, cuja candidatura foi indeferida pela Justiça Eleitoral. Kelé é alvo de acusações de inelegibilidade e irregularidades em contratos com o município.

A impugnação foi apresentada pela coligação adversária que apoia o candidato a prefeito Ricardo Lopes (PSD). Segundo a coligação, Kelé não poderia concorrer porque é sócio e administrador de empresas que firmaram contratos com a Prefeitura de Queimadas nos seis meses anteriores à eleição, o que fere as regras eleitorais. Além disso, a coligação argumenta que a candidatura de Kelé não foi formalizada adequadamente, faltando documentos como a ata de substituição no sistema CANDEX, obrigatória para validar o registro.

Kelé, que conta com o apoio do grupo do atual prefeito André Andrade (PT), nega as acusações. Ele afirma que sua candidatura foi regularizada conforme a lei após o indeferimento de Serginho e sustenta que todos os documentos necessários foram entregues. Kelé também argumenta que, mesmo na ausência de algum documento, a lei permite sua inclusão até o final do processo. Sobre os contratos com o município, ele declara que todos foram firmados por meio de processos licitatórios regulares.

Além da impugnação eleitoral, Kelé é alvo de uma Ação Popular movida por vereadores de Queimadas, que apontam supostas irregularidades em processos licitatórios. A ação alega que Kelé e suas empresas teriam sido favorecidos por conluios com agentes públicos, incluindo seu sobrinho, José Ariel Rodrigues de Oliveira, ex-secretário de infraestrutura do município. Segundo o processo, Kelé omitiu informações sobre vínculos familiares com servidores públicos, o que violaria princípios da administração pública. Os vereadores pedem a anulação dos contratos e a devolução dos valores envolvidos.

A situação política de Queimadas se agravou com a rejeição das contas do atual prefeito André Andrade pela Câmara Municipal, o que o tornou inelegível por oito anos.

Em meio a esse cenário de indefinição, um debate entre Kelé e Ricardo Lopes teve que ser suspenso duas vezes, já que Kelé ainda não é oficialmente candidato, refletindo a instabilidade do momento.

Com o prazo para substituição de candidatos encerrado na última segunda-feira (16), caso a Justiça Eleitoral de Queimadas indefira a candidatura de Kelé, ele poderá recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) e, posteriormente, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo é cercado de incertezas, pois recursos e decisões judiciais podem se prolongar, afetando a estabilidade política e administrativa da cidade. Durante o período de recurso, Kelé poderá continuar em campanha e ter seu nome nas urnas até a decisão final. Se o indeferimento for confirmado, ele será declarado inelegível e seus votos serão anulados.

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