MST e Incra discutem pauta de reivindicações em audiência pública “inédita” promovida por juiz de direito da comarca de Coité
Na manhã desta terça-feira (21), integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) que ocupam, desde quinta-feira (16), uma fazenda próxima ao povoado de Itareru, na zona rural de Valente (lembrar), participaram de uma Audiência Pública “inédita” promovida pelo juiz de direito da Comarca de Conceição do Coité, Gerivaldo Alves Neiva, para mediar o conflito e estabelecer um acordo entre o movimento e os proprietários da fazenda. A audiência também contou com a participação de prefeitos e vereadores dos municípios de Conceição do Coité e Valente, além de representantes da Casa Militar do Governador do Estado da Bahia (CMG), da Polícia Militar, a exemplo do Tenente Diego Santos, comandante do 4º Pelotão da Polícia Militar em Santaluz e Ciro Cedraz, Ouvidor Agrário Regional, representante do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Durante a audiência os representantes do movimento apresentaram a pauta das reivindicações que tem como base uma vistoria técnica feita pelo Incra para a desapropriação da propriedade, caso seja considerada improdutiva. Uma nova reunião será realizada em, no máximo, 30 dias, na sede do Incra em Salvador, e contará com a participação de líderes do movimento, proprietários da fazenda, e representantes de órgãos do governo, para tentar resolver o conflito. Os líderes do movimento assumiram o compromisso de, até o dia 18 de fevereiro, desocupar a área para que os técnicos do Incra possam fazer a vistoria.
Em conversa com o Notícias de Santaluz, o juiz Gerivaldo Neiva disse ter ficado satisfeito com o resultado da audiência e acredita que o conflito será resolvido da melhor maneira possível. “Através desta visita, pudemos conhecer o problema e dialogar com as lideranças do movimento. A reunião transcorreu da forma mais democrática possível, pois, todos tiveram o direito de se manifestar. Destacar a participação fundamental do Incra, que deixou muito claro à todos que vai buscar a solução para o conflito… como o Incra não pode vistoriar uma área ocupada, chegamos ao consenso, juntamente com os líderes do movimento que, o pessoal vai desocupar a área até o dia 18 de fevereiro, para que o Incra possa dar inicio ao processo de vistoria. Pessoalmente, saio da reunião satisfeito, sobretudo, por possibilitar esse diálogo entre os interessados e as autoridades que estiveram aqui presentes para tentar resolver este problema que, acima de tudo é social, e envolve centenas de famílias”, declarou o juiz.
Em tempo, o grupo também ocupou, na manhã desta segunda-feira (20), por cerca de três horas, a sede da prefeitura municipal de Santaluz (lembrar), para cobrar do prefeito Zenon Nunes Filho (PSD) o cumprimento de alguns compromissos firmados desde o ano passado e que ainda não foram atendidos como a melhoria das estradas, saneamento básico, escolas e condições de saúde nos acampamentos e assentamentos situados dentro dos limites territoriais de Santaluz.
Redação Notícias de Santaluz
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