Foto: Notícias de Santaluz

Milhares de pessoas prestigiaram o tradicional ‘Arraiá da Castro Alves, realizado na noite desta sexta-feira (24), na Avenida de mesmo nome, em Santaluz. Como de costume, a Quadrilha Tradicional, que este ano completa 30 anos de existência, com o tema “As mãos que tecem nosso São João”, se apresentou ao som do bom e velho forró, com coreografias recheadas de muito brilho, cor, figurinos elaborados, sincronismo e até efeitos especiais. Cerca de 30 pessoas, entre jovens e adolescentes, estiveram envolvidos diretamente na apresentação. A programação que começou por volta das 20h30 contou ainda com encenação de ‘casamento matuto’ e atrações musicais locais e regionais. Quem também participou do evento foi o ex-prefeito Joélcio Martins da Silva (PMDB), acompanhado do vereador Luizão e de correligionários. 

Foto: Notícias de Santaluz

Um dos fundadores da Quadrilha Tradicional, o comerciante Júlio Aureliano, de 75 anos, conhecido como ‘Julinho Traquete’, conta que apesar de não possuir afinidade com a música – Julinho não toca nenhum instrumento – sempre foi apaixonado pelos festejos juninos. “Ajudei a plantar a semente e agora espero que continuem cuidando. Sou fã da cultura nordestina e por isso sempre fiz questão de incentivar a quadrilha, desde sua formação, em 1984, até os dias atuais. No início de tudo, nem banda tinha. A gente colocava uma radiola em cima de uma mesa e a festança estava garantida. A única vez em que não realizamos a festa aqui foi no ano de 1993, porque uma irmã minha faleceu poucos dias antes”, revela Julinho, comentando que também participa de um tradicional grupo de reisado há cerca de 43 anos. “É tudo pela cultura da nossa terra, do nosso povo”, ressalta.

Julinho Traquete e seu filho Charles | Foto: Notícias de Santaluz

Um dos filhos de Julinho e narrador da quadrilha, Milton da Silva Aureliano, de 37 anos, conhecido como Charles, conta que o grupo se reúne cerca de três meses antes para dar início aos ensaios e chega a se apresentar até três vezes por dia, durante o período junino. “A construção da quadrilha começa muito antes, com o diálogo sobre o tema. É um compromisso que a gente tem. Graças a Deus o pessoal é muito empenhado e cumpre essa maratona intensa que inicia no início de junho e segue até meados de julho, comenta Charles, que este ano encerrou seu trabalho como narrador da quadrilha. Em sua despedida, ele fez questão de homenagear a primeira narradora oficial da Quadrilha Tradicional, Angelina Dias de Jesus, de 61 anos. “Comecei a dançar ainda criança, incentivado pelo meu pai e por ela, e com o tempo passei a ser o narrador oficial da quadrilha, função que exerci pela última vez nesse ano e hoje transmiti para o Edy D´Play, que é mais um dos bons frutos do nosso trabalho. O processo de renovação deve ser contínuo”, disse Charles.

Foto: Notícias de Santaluz

Renovação que também é representada pelo estudante Deivid dos Santos Cunha, de 18 anos, que está há pouco tempo na quadrilha e participou da festa pela primeira vez. “Dançar quadrilha é uma forma de resgatar e valorizar a cultura do Nordeste. Estou adorando! Nos próximos anos, com certeza, estarei aqui arrastando o pé novamente”, disse o jovem.

Redação Notícias de Santaluz

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