“Se ouro, nessa quantidade que tem em Santaluz, dá prejuízo, então eu não sei o que nesse Planeta Terra pode dar lucro”, dispara candidato ao governo da Bahia

O candidato ao governo da Bahia pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Rogério Tadeu da Luz, o Da Luz, criticou, em entrevista ao programa Rádio Revista, da Rádio Comunitária Santa Luz FM, a decisão da Yamana Gold, que resolveu suspender temporariamente as atividades do Projeto C1 Santaluz. Em entrevista que foi ao ar na manhã desta quarta-feira (27), Da Luz destacou que Santaluz tem grande potencial para exploração de minério de ouro, o que não o permite entender a situação.
“Aí na região [Santaluz] são 16 gramas de ouro por metro cúbico de terra, sendo que a Serra Pelada tinha apenas 6 gramas por metro cúbico de terra. Então, Santaluz é uma região muito rica”, declarou.
Da Luz discordou da justificativa da Yamana, que informou, através de comunicado oficial, que o Projeto C1 Santa Luz estava apresentando perdas financeiras, e levantou a possibilidade de articulação para a venda do empreendimento. “Na verdade, qualquer empresa de mineração só começa a obter retorno [do investimento] depois de 5 anos. Então, eu não sei qual o tamanho da ‘perna’ da Yamana, eu não sei se é alguma articulação para que tenha um outro proprietário, um outro dono. Por isso que a gente tem que acompanhar de perto o desenrolar [do caso], porque tem alguma coisa estranha. Porque, ouro, se nessa quantidade que tem em Santaluz, dá prejuízo, então eu não sei o que nesse Planeta Terra pode dar lucro […] Precisamos ver se isso não foi uma articulação pelos bastidores”, disparou o candidato, emendando que está acompanhando a situação.
Através de contato por telefone com o Notícias de Santaluz, na manhã desta terça (26), a assessoria de comunicação da Yamana descartou a possibilidade de a empresa estar passando o empreendimento para outra mineradora.
Reunião com o secretário estadual de Indústria, Comércio e Mineração
O secretário estadual de Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, informou, nesta quarta-feira, que se reuniu com a empresa antes da suspensão das atividades. “Nós tivemos três reuniões com a empresa para tratar do assunto, acontece que eles dizem estar acumulando prejuízos porque escolheram uma tecnologia inapropriada para a região”, explicou o secretário. Segundo ele, foi firmado um acordo entre o Estado e a Yamana para que o início dos desligamentos aconteça entre 30 e 60 dias. “Nenhum trabalhador foi informado do aviso prévio ainda”, disse.
Ainda de acordo com o secretário, a empresa disse que está adquirindo novos equipamentos para adequar a produção em Santaluz.
Executivos da Yamana também se reuniram, na tarde desta terça-feira, com representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Extração, Pesquisa e Benefício de Ferro, Metais Básicos e Precisos de Serrinha e Região (Sindimina).
Redação Notícias de Santaluz

