WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia
Home . Inicio

Vista aérea de Santaluz



Acabe com a dengue


Laboratório Checap

Drogaria Santana

Adrivana Cunha Hospital de Olhos


Justiça autoriza senador em prisão domiciliar a passar férias no Caribe

Share Button

Por G1 DF e TV Globo

O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) | Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado

O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) | Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado

O senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que cumpre pena em regime aberto e dá expediente no Congresso, recebeu autorização da Justiça do Distrito Federal para passar férias em um resort na ilha de Aruba, no Caribe. A viagem está prevista para ocorrer de 17 de julho a 3 de agosto.

A medida, que também recebeu parecer favorável do Ministério Público do DF, tem o poder de suspender temporariamente a execução da pena aplicada ao político durante o período em que ele estiver fora do país.

Em outubro do ano passado, Acir Gurgacz foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão por crimes contra o sistema financeiro. De acordo com a denúncia, o senador teria obtido, mediante fraude, um financiamento junto ao Banco da Amazônia e se apropriado de R$ 525 mil.

Vista do Renaissance Aruba Resort & Casino; hotel onde senador Acir Gurgacz deve ficar hospedado | Foto: Divulgação

Vista do Renaissance Aruba Resort & Casino; hotel onde senador Acir Gurgacz deve ficar hospedado | Foto: Divulgação

Enquanto estiver de férias, Gurgacz pretende se hospedar por 18 dias no Renaissance Aruba Resort & Casino. Uma diária no hotel, no mar do Caribe, custa em média R$ 4 mil, segundo a página do estabelecimento na internet.

De acordo com as regras da Vara de Execuções Penais (VEP), o senador não pode consumir bebidas alcoólicas e está proibido de frequentar “locais de prostituição, jogos, bares e similares”. O estabelecimento, no entanto, comercializa drinks e abriga um cassino.

Mulher denuncia à polícia que filhas foram abusadas por padrinho quando eram crianças

Share Button
Casos foram registrados na Deam de Periperi, em Salvador | Foto: Camila Oliveira/TV Bahia

Casos foram registrados na Deam de Periperi, em Salvador | Foto: Camila Oliveira/TV Bahia

Uma mulher denunciou à Polícia Civil que as duas filhas, hoje com 18 e 21 anos, foram abusadas pelo padrinho de uma delas no bairro de Marechal Rondon, em Salvador, quando eram crianças. Conforme relato da vítima, que procurou a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Periperi, na capital baiana, para registrar a ocorrência, os abusos começaram quando vítimas tinham entre 6 e 8 anos e ocorreram por um período de seis anos. Segundo o G1, a denúncia foi feita na Deam em junho deste ano, mas a polícia não informou o dia exato em que a mãe se apresentou para relatar o caso. O suspeito é um fotógrafo de 52 anos, que é proprietário de um estúdio de fotografia na capital baiana. O portal de notícias informou que não conseguiu contato com ele e nem com a defesa dele. Conforme a denúncia, o suspeito fotografava as meninas, que hoje trabalham como atrizes, para comerciais, e os abusos ocorriam também durante os ensaios.

Guedes diz que preço do gás natural pode cair 40% em dois anos

Share Button
Foto: Isac Nóbrega/PR

Foto: Isac Nóbrega/PR

O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou que as mudanças no mercado de gás brasileiro, aprovadas na segunda-feir (24) pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) representam uma quebra de monopólios na produção e distribuição do insumo no País. Cálculos do governo citados por Guedes e pelo ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, apontam que o preço do gás pode cair 40% e o Produto Interno Bruto (PIB) industrial pode avançar 8,46% ao ano. “Se cair 50% o preço da energia, PIB industrial pode subir 10,5%”, estimou Guedes. Segundo O Estado de S.Paulo, o ministro avaliou que a Petrobras, que já não tem monopólio do petróleo há anos, não deverá se opor à medida. Também, segundo ele, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não deverá ser contra. “Estamos muito mais preocupados com os brasileiros do que com monopolistas. O Cade não vai impedir algo a favor da concorrência e acho que o presidente da Petrobras também não será contra”.

Câmara aprova tornar crime rompimento de barragem por negligência

Share Button

Por TV Globo

Foto aérea da devastação provocada pela lama em Brumadinho | Foto: Cavex/Divulgação

Foto aérea da devastação provocada pela lama em Brumadinho | Foto: Cavex/Divulgação

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (25) um projeto que torna crime provocar o rompimento de barragem por negligência às normas de segurança. Agora, caberá ao Senado analisar o tema. O texto também prevê prisão para quem provocar desastre ambiental, além de ampliação dos valores mínimo e máximo das multas por infração ambiental. A proposta aprovada pela Câmara foi elaborada a partir de sugestões enviadas à comissão da Câmara que acompanhou as investigações sobre a tragédia em Brumadinho (MG). Em janeiro, uma barragem da mineradora Vale rompeu na cidade, levando uma enxurrada de lama à região. As autoridades locais confirmaram as mortes de 246 pessoas; outras 24 seguiam desaparecidas até maio. O texto inclui os dois crimes na Lei de Crimes Ambientais, de 1998. O crime de provocar o rompimento da barragem passará a ser descrito como: “Dar causa a rompimento de barragem pela inobservância da legislação, de norma técnica, da licença e suas condicionantes ou de determinação da autoridade ambiental e da entidade fiscalizadora da segurança de barragem.” Pelo projeto, a punição será de: 2 a 5 anos de prisão; 1 a 3 anos de detenção se for constatado crime culposo (sem intenção). No caso de desastre ambiental: a pena será de 4 a 12 anos de prisão; a pena será de 1 a 3 anos de detenção se for constatado crime culposo (sem intenção). A proposta prevê ainda a ampliação dos valores mínimo e máximo para as multas por infração ambiental. A Lei de Crimes Ambientais prevê atualmente que a multa pode variar entre R$ 50 e R$ 50 milhões. O texto estabelece multa mínima de R$ 2.000 e máxima de R$ 1 bilhão.

PM de SP vai comprar metralhadoras ‘estilo Rambo’ e quer fuzil que derruba helicóptero

Share Button
PM de SP vai comprar metralhadora leve calibre 7.62 semelhante à usada pelo Exército e pela FAB, que é a FN Minimi | Foto: Exército/Divulgação

PM de SP vai comprar metralhadora leve calibre 7.62 semelhante à usada pelo Exército e pela FAB, que é a FN Minimi | Foto: Exército/Divulgação

A Polícia Militar de São Paulo está lançando no Brasil e no exterior os editais para a compra de grande quantidade de armamento, entre os quais 40 mil pistolas calibre .40, 1.300 fuzis calibres 5.56 e 7.62, dois fuzis de sniper (atirador de precisão) e 10 metralhadoras leves de calibre 7.62 mm, semelhantes às usadas por Sylvester Stallone nos filmes do personagem Rambo.

Os equipamentos serão entregues até o final de 2020 e custarão R$ 108,9 milhões. As informações foram dadas ao G1 pelo secretário-executivo da PM junto à Secretaria de Segurança Pública, coronel Álvaro Camilo.

A PM paulista não compra metralhadoras há mais de 60 anos. Elas serão usadas para a proteção de presídios e o combate a ataques a carros-fortes e empresas de transporte de valores.

Todo este material já tem autorização pelo Exército para ser adquirido, mas a corporação quer mais: pretende convencer os militares de que precisa comprar fuzis de calibres .30 e .50, restritos das Forças Armadas, mas que são usados por criminosos, podendo perfurar veículos blindados, destruir paredes e até derrubar helicópteros.

Policiais participaram de treinamento do Exército em Lins após descoberta de plano de fuga | Foto: J. Serafim / Divulgação

Policiais participaram de treinamento do Exército em Lins após descoberta de plano de fuga | Foto: J. Serafim / Divulgação

Em 2010, a PM tentou comprar os fuzis de calibre .30 e .50, mas o Exército não deixou. No entanto, diante da possibilidade de o Primeiro Comando da Capital (PCC) resgatar presidiários que estavam em unidades prisionais no interior do estado, entre eles Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, o Exército emprestou por 6 meses à PM estes fuzis e treinou policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) para operar o equipamento.

“Primeiro, é para a criminalidade saber que a polícia tem (estas armas). E que, se precisar, ela pode usar. A ideia é se preparar para caso precisar usar. Não é intenção da polícia usar estes fuzis no dia a dia, mas em uma situação super excepcional, como foi o que aconteceu (quando havia a suspeita de resgate de Marcola)”, disse o coronel Camilo.

Homem é detido na Bahia após abrir buraco em parede e filmar mulheres em banheiro de festa

Share Button

Por G1 BA

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Um homem de 40 anos foi detido após filmar várias mulheres usando o banheiro de uma festa junina particular, em Ibicuí, no sul da Bahia. Conforme a polícia, foram encontrados vídeos com cenas de nudez, com duração de mais de uma hora, no celular do suspeito.

Ainda segundo a polícia, o homem abriu um buraco no banheiro feminino do evento para registrar as imagens, no sábado (22). O celular dele foi apreendido para perícia.

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Após o caso, o homem foi encaminhado para a delegacia da região, mas foi liberado porque, segundo a polícia, nenhuma das vítimas ainda foi identificada ou compareceu à unidade para denunciar.

No entanto, segundo o delegado Roberto Júnior, coordenador de polícia da região, um inquérito foi aberto para apurar o caso.

“Caso alguma vítima tivesse comparecido a delegacia, ele teria sido autuado em flagrante por importunação ofensiva ao pudor e ficaria preso. Como não foram identificadas as vítimas, instauramos um inquérito para apurar e tentar identificar as vítimas. Elas sendo identificadas e representado contra ele na delegacia, nós vamos concluir o inquérito e pedir a prisão preventiva dele”, afirmou.

O caso é acompanhado pela Polícia Civil da cidade.

MEC abre inscrições para o Fies; veja como se candidatar

Share Button

Por O Globo

Foto: Paula Giolito/Agência O Globo

Foto: Paula Giolito/Agência O Globo

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do Ministério da Educação (MEC) que concede financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos, inicia suas inscrições nesta terça-feira, por meio do site fies.mec.gov.br. O prazo para se candidatar vai até 1º de julho. O fundo tem duas modalidades, com uma escala de financiamentos que varia conforme a renda familiar do candidato , indo de 50% a 99% do valor total do curso. Na primeira modalidade, pode se inscrever quem tiver renda familiar mensal per capita de até três salários-mínimos (ou seja, de até R$ 2.994, somando todos os salários da casa). A segunda modalidade, denominada P-Fies, é destinada aos estudantes com renda per capita mensal familiar de até cinco salários-mínimos (R$ 4.990). Para cumprir os requisitos do programa, o candidato deve ter obtido no mínimo 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não pode ter zerado a redação. A ordem de classificação no Fies segue a das notas no Enem. Quem for selecionado fará o contrato entre os dias 10 e 12 de julho. Já a chamada da lista de espera está programada para o período de 15 de junho a 23 de agosto. Das 100 mil vagas de faculdade ofertadas por meio do Fies para o primeiro semestre deste ano, apenas 38,7% foram preenchidas, segundo dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Foi a pior taxa de ocupação desde 2016, quando o programa passou a ter quantidade definida de vagas disponibilizadas.

Brasil registra quase 600 mil casos confirmados de dengue em 2019

Share Button

Por G1

Mosquito Aedes aegypti | Foto: Pixabay/Divulgação

Mosquito Aedes aegypti | Foto: Pixabay/Divulgação

O Ministério da Saúde confirmou 596,38 mil casos de dengue neste ano, até o dia 10 de junho. O número de casos prováveis da doença, ou seja, ainda não confirmados, é ainda maior: 1,127 milhão. Em relação a 2018, houve um salto nos casos de dengue no país. No mesmo período do ano passado, eram 173,63 mil casos prováveis. Também o número de mortes por dengue neste ano é mais do que o dobro de 2018. Até aqui, foram registradas 366 mortes, ante 139 no mesmo período do ano passado. “Observa-se aumento da taxa de letalidade no grupo de faixa etária acima de 60 anos, o que corresponde a 51,3 % (188) do total de óbitos do país”, diz o ministério, no boletim epidemiológico da Semana 23. O aumento de casos da dengue tem sido especialmente visível nos estados de Minas Gerais e São Paulo nas últimas semanas. Da Semana 13 até a 23, esses dois estados corresponderam, juntos, a 96,5% do total de casos observados no Brasil (774,28 mil) dentro do período.

Homem é agredido com golpes de facão por adolescente em Conceição do Coité

Share Button
Foto: Reprodução/Calila Notícias

Foto: Reprodução/Calila Notícias

Um adolescente de 17 anos foi apreendido depois de agredir um homem de 36 anos, com golpes de facão, durante um desentendimento no bairro Cruzeiro, em Conceição do Coité, região sisaleira da Bahia, na noite desta segunda-feira (24). Segundo a Polícia Militar, o homem quase teve a mão esquerda decepada, porém não corre risco de morte. Ele foi socorrido e levado para o hospital da cidade, e depois transferido para outra unidade de saúde. A PM informou que o adolescente fugiu logo após a agressão, mas foi localizado e apreendido. Conforme a corporação, o menor foi flagrado com o facão usado na agressão. Ele foi encaminhado junto com o objeto para o plantão da Polícia Civil em Riachão do Jacuípe.

Notícias de Santaluz

A tocante história da enfermeira que adotou garoto com paralisia cerebral abandonado pelos pais

Share Button

Por BBC News

Foto: Emanoele Daiane

Foto: Emanoele Daiane

A cortina ilustrada por pequenos ursos está aberta e ilumina o quarto na residência localizada em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá (MT). O sol clareia o cômodo repleto de aparelhos hospitalares que mantêm a vida de Ronei Gustavo Pires, de 12 anos.

O garoto passa o dia deitado na cama. Um artesanato, pendurado na porta do lugar, avisa: “aqui dorme um príncipe”.

Por meio do olhar, a sua única forma de comunicação com o mundo, Ronei assiste atento a cada movimentação no quarto. A rotina dele é acompanhada 24 horas por dia pela mãe, a enfermeira Solange Maria Pires, de 56 anos.

Há uma década, eles se encontraram pela primeira vez. O amor que ela que sentiu pelo garoto fez com que o adotasse. A decisão mudou completamente o futuro dos dois.

Ronei nasceu com agenesia do corpo caloso, uma má-formação congênita na qual a criança não possui a estrutura que conecta os dois hemisférios cerebrais. Ele também tem neuropatia crônica, possivelmente causada pela falha na formação do cérebro, que atinge o sistema nervoso e afeta o desenvolvimento de funções como a postura e os movimentos.

Desde recém-nascido, o garoto tem um quadro grave de convulsões, que pode ter sido causado pela neuropatia. Aos oito meses de vida, enquanto era amamentado, ele teve um episódio de broncoaspiração – quando alimentos ou líquidos são aspirados pelas vias aéreas – e a família biológica, segundo Solange, demorou para buscar ajuda médica.

O fato prejudicou ainda mais a saúde de Ronei. Com pouco mais de um ano, ele foi diagnosticado com paralisia cerebral e passou a viver em estado vegetativo.

Os problemas de saúde fizeram com que o garoto, que nasceu em Cuiabá, fosse abandonado pelos pais biológicos antes de completar um ano. Quando Solange o conheceu, ele vivia em um lar para crianças e adolescentes aptos à adoção, na capital mato-grossense.

Solange, que é divorciada, morava sozinha quando decidiu adotar a criança. Os outros dois filhos dela, hoje com 33 e 37 anos, eram casados e haviam se mudado da casa da mãe. Com a adoção do caçula, a enfermeira passou a dedicar grande parte da vida aos cuidados com o garoto.

“Eu sinto o mesmo amor pelos meus três filhos. Mas sei que me dedico mais ao Ronei do que me dediquei aos outros dois, porque eles sempre foram saudáveis, se desenvolveram normalmente e foram saindo das minhas asas. Já o Ronei, sei que vai estar sempre aqui e sempre vai precisar dos meus cuidados”, diz Solange à BBC News Brasil.

A decisão de adotar o garoto que vive em estado vegetativo causou espanto entre alguns conhecidos da enfermeira. “Algumas pessoas me desaconselharam, me disseram para viver uma fase mais tranquila, pois meus filhos já estavam criados. Mas eu não tive dúvidas de que deveria cuidar do Ronei. Ele é meu filho, assim como os outros dois que eu pari”, declara.

No Brasil, encontrar pais para crianças com alguma doença ou deficiência é uma difícil missão. Segundo o Cadastro Nacional de Adoção, há 46,1 mil pretendentes à adoção. Destes, apenas 4.623, pouco mais de 10% do total, aceitam crianças com deficiência física ou mental.

Ainda de acordo com dados do CNA, conforme levantamento acessado nesta semana, há 9.550 crianças e adolescentes aptos para adoção. Deste total, 2.452 possuem problemas de saúde.

O encontro de mãe e filho

As internações de Ronei eram constantes desde o nascimento dele, em cinco de maio de 2007. Depois da piora do quadro de saúde do jovem, após a broncoaspiração, o garoto foi levado a um lar para crianças, após pedido da equipe médica que o atendia, pois os profissionais consideraram que ele não recebia os cuidados adequados da família biológica.

O garoto passou semanas no lar, mas os problemas de saúde pioraram. Ele teve infecção e foi encaminhado novamente ao hospital, onde passou meses internado. A Justiça de Mato Grosso acolheu pedido do Ministério Público e determinou que o Estado custeasse serviços de home care – internação domiciliar – para a criança.

Era fim de 2008. Solange trabalhava como enfermeira em uma empresa que prestava serviços de home care. Junto com uma equipe, foi em busca de Ronei, após a decisão judicial que permitiu ao garoto o direito à internação domiciliar.

“Fui atrás dele na casa dos pais biológicos e da avó, mas ele não estava. Me disseram que ele estava no Lar da Criança. Depois, descobri que ele estava internado no Pronto-Socorro de Cuiabá”, diz. Os pais biológicos, segundo a enfermeira, haviam visitado o garoto poucas vezes no hospital.

Após Ronei receber alta médica, a Justiça determinou que o Estado pagasse uma casa para a família biológica morar com ele, pois a residência dos pais era precária e não tinha condições para receber a home care. “A expectativa era de que os familiares se reaproximassem do Ronei e ajudassem o tratamento dele, caso fossem para um novo lar”, conta a enfermeira.

Ronei passou mal novamente, semanas depois de receber alta, e foi levado ao Pronto-Socorro, após diversas convulsões. Em estado grave, foi encaminhado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O garoto deixou de respirar espontaneamente e passou a necessitar do aparelho de ventilação mecânica.

Dias após a internação, a Justiça determinou que ele saísse do hospital em 24 horas e fosse colocado em uma home care.

O garoto não tinha lugar para ser levado com a internação domiciliar. Não havia uma definição sobre a casa que poderia ser concedida para a família dele. No lar de crianças, seriam necessárias adaptações para receber os equipamentos. Ronei, então, foi levado para um quarto vazio na sede da empresa de home care. O cômodo foi adaptado e os aparelhos hospitalares foram instalados no local.

“A gente acreditava que ele passaria semanas no quarto da empresa, a família se reestrutaria, conseguiria a casa e tudo daria certo”, conta Solange.

A família do garoto foi informada sobre a situação dele. Porém, segundo a enfermeira, os pais o visitaram apenas duas vezes na empresa.

“Foram visitas rápidas, que não duraram 15 minutos”, relata Solange.

Após Ronei passar três meses no quarto, a dona da empresa informou que ele não poderia permanecer no quarto por mais tempo. “Eles não poderiam ficar tantos meses assim com uma criança, porque ali era uma empresa”, relembra.

Quando percebeu a incerteza sobre o futuro do garoto, na época com quase dois anos, Solange decidiu levá-lo para casa. “Falei que pediria a guarda dele na Justiça e que cuidaria dele, até resolver a questão com a família.”

A Justiça concedeu a guarda provisória de Ronei para a enfermeira. Ela adaptou o quarto da filha, que havia se casado poucos meses antes, para receber o garoto e os equipamentos da internação domiciliar – como um tubo de oxigênio e um aparelho de ventilação mecânica.

Solange, que tinha dois empregos, teve de deixar a função na empresa de home care, para se dedicar aos cuidados com a criança. Ela continua trabalhando em um hospital de Cuiabá.

Foto: Emanoele Daiane

Foto: Emanoele Daiane

A guarda do garoto

Por um ano, Ronei viveu de modo provisório na casa de Solange. No período, os pais do garoto o procuraram apenas uma vez.

“Eles foram na empresa de home care, para saber da casa que a Justiça tinha determinado que conseguissem. Eles foram informados que o filho estava com uma família, mas nunca me procuraram”, conta.

Os pais não conseguiram a residência, pois não eram mais os responsáveis pela criança.
Solange tem casa própria e não precisou do benefício que havia sido oferecido aos pais biológicos do garoto.

“Essa residência, que havia sido determinada pela Justiça, é para as pessoas que não estão em um lugar com condições adequadas para a internação domiciliar”, ressalta a enfermeira.

A última vez em que Solange viu os pais biológicos de Ronei foi no início de 2010, no Fórum de Cuiabá.

“A juíza me convocou e pensei que os pais queriam a guarda dele. Eu disse a ela que, caso eles quisessem de volta, seria um direito deles. Mesmo que isso me entristecesse, não poderia fazer nada.”

“Mas a juíza me disse que os pais falaram que não tinham condições psicológicas, nem financeiras, para ficar com o Ronei. Eles abriram mão do filho, disseram que eu poderia criá-lo”, conta.

A magistrada explicou a Solange que ela não era obrigada a continuar com o garoto, caso não quisesse. Se a enfermeira não criasse Ronei, ele seria levado a um lar para crianças aptas à adoção.

“Não tive dúvidas, disse que o Ronei era meu filho e que ficaria com ele”, diz Solange.

“A juíza me perguntou duas vezes, porque queria que eu tivesse certeza da responsabilidade que teria pela frente. Novamente, disse que era aquilo que eu queria. Não iria abrir mão do meu filho”, relata a enfermeira, que recebeu apoio dos dois filhos.

A decisão da mãe de Ronei comoveu a magistrada. “A juíza me disse que nunca tinha chorado, mas chorou naquele momento, porque ficou comovida com o meu caso.”

Solange passou pelos procedimentos necessários para conseguir a guarda definitiva de Ronei – como análise da residência por assistentes sociais e uma entrevista na qual detalhou sobre a sua rotina. Menos de um mês depois, obteve a guarda definitiva do filho.

Os procedimentos para adoção de crianças com deficiência ou doença crônica são mais rápidos que os demais. Em 2014, a prioridade a esses processos foi estabelecida em texto acrescido à legislação. Anteriormente, tais casos já eram tidos como prioritários e tinham mais rapidez, por serem considerados incomuns.

“Essa distinção [nos processos] é fundamental para incentivar as adoções envolvendo essas crianças. Isso porque ainda há bastante resistência de famílias inscritas em cadastro nacional para aceitar crianças com deficiência ou doença crônica”, explica a advogada Regina Beatriz Tavares da Silva, presidente da Associação de Direito de Família e das Sucessões.

Segundo a advogada, o baixo número de interessados em crianças com deficiência ou doença crônica ocorre em razão da complexidade que envolve os cuidados com elas. “Isso acaba por suscitar insegurança sobre como essa dificuldade poderá interferir, modificar ou repercutir em suas vidas.”

“Por isso é importante sempre lembrar que a geração de um filho, que acontece também na adoção, envolve sempre uma experiência de renovação e aceitação”, acrescenta.

‘Eu sou a mãe dele’

Grande parte da vida de Ronei se resume à cama do quarto. Ele recebe ajuda profissional durante todo o dia. A cada 12 horas, um novo técnico de enfermagem chega para acompanhar o garoto – serviço incluído na home care. Solange trabalha em um hospital no período da manhã e, por meio do celular, fica atenta a tudo o que acontece com o filho. “O tempo todo pergunto como ele está ou peço para mandarem fotos. É uma preocupação constante”, diz.

Quando não está no trabalho, a enfermeira tenta se distanciar de Ronei o mínimo possível.

“Se eu saio, tento voltar rápido. Nas vezes em que viajei, tive que comprar passagens perto da data, porque se ele não estiver bem, não viajo. E não posso ficar dias longe”, comenta.

Diariamente, Ronei toma seis anticonvulsivos. Ele se alimenta por meio de uma sonda. Uma vez por semana, o garoto, que nunca andou ou falou, passa por acompanhamento com fonoaudiólogo e com fisioterapeuta – serviços incluídos na home care para auxiliar no desenvolvimento dele.

Todos os meses, Solange recebe um salário mínimo, referente a um benefício do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), para ajudar nos cuidados com o filho. Por meio do auxílio, ela busca ajuda médica.

“Gasto boa parte desse dinheiro com consultas para ele, porque tive de cortar o nosso plano de saúde, pois ficou muito caro. Pelo SUS (Sistema Único de Saúde), as consultas demoram muito. Então, acabo tendo de recorrer aos particulares.”

Apesar da ajuda profissional, Ronei tem ficado mais debilitado com o passar dos anos. “Ele está regredindo e atrofiando. As mãos e os pés dele tinham mais força antes, mas agora está mais fraco. Infelizmente, não há muito o que ser feito no caso dele”, lamenta a mãe.

O neuropediatra Marcos Escobar explica que a neuropatia, como no caso que acomete Ronei, costuma apresentar sintomas que pioram com o passar dos anos.

“Muitas vezes, pelo fato de o paciente não conseguir se movimentar bem e por seus músculos ficarem tensos, os tendões se retraem e encurtam. A longo prazo, os ossos e as articulações podem se deformar”, diz o especialista, que ressalta que não há cura para a enfermidade.

A falta de esperanças para o futuro do garoto entristece a mãe. Apesar disso, a enfermeira afirma que não se arrepende de ter passado grande parte da última década se dedicando aos cuidados com Ronei. “Parei muita coisa por ele. Mas é normal uma mãe fazer isso por um filho.”

“Uma médica me disse que ele viveria somente até os oito anos, mas ele está aqui comigo até hoje. Acho que o que mantém vivo é o amor que ele recebe”, diz.

O principal desejo de Solange para o futuro do filho caçula é que ele tenha qualidade de vida. “Peço a Deus que se for para levar o Ronei, que não seja nada doloroso. Não quero que ele sofra em um hospital.”

“Também peço a Deus para que eu não morra enquanto o Ronei estiver aqui. Por que quem vai cuidar dele do jeito que cuido? Quem vai dar toda a atenção? Espero que Deus me atenda. Depois que ele partir, posso ir sossegada. Mas antes, preciso continuar por aqui.”

O garoto, que pouco conhece sobre o mundo fora do quarto, acompanha com olhos atentos cada declaração da mãe. “Não sabemos até que ponto ele nos entende, por causa das lesões no cérebro”, explica Solange, enquanto segura a mão esquerda do filho.



WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia