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:: ‘Destaque2’

Lula participa de cúpula do Mercosul que vai formalizar a entrada da Bolívia no bloco

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Por GloboNews

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta segunda-feira (8) de reunião de cúpula do Mercosul, em Assunção, capital do Paraguai. Um dos principais pontos do encontro deverá ser a formalização da entrada da Bolívia no bloco.

Além de Lula, também deverão estar presentes os presidentes Luis Lacalle Pou (Uruguai), Mario Abdo (Paraguai) e Luis Arce (Bolívia).

A principal ausência é do presidente da Argentina, Javier Milei, que avisou que não vai ao encontro, apesar de a Argentina ser um dos membros do Mercosul.

Milei é rival político de Lula e, durante a campanha eleitoral, fez críticas ao Mercosul. Ele e Lula nunca se reuniram, a despeito das tradicionais relações entre Brasil e Argentina. Milei não vai à cúpula em Assunção, mas participou de um evento conservador em Camboriú no fim de semana.

Lula, por sua vez, defende a integração entre os países do continente e o fortalecimento do Mercosul, além da contenção da extrema direita. Esse será um dos temas que o presidente levará para o encontro. Um trunfo de Lula será a vitória da esquerda nas eleições legislativas na França — após a extrema direita ter liderado no primeiro turno —, e a vitória dos trabalhistas na eleição da Inglaterra.

Essa reunião vai marcar a entrada oficial da Bolívia no bloco. Além disso, o país será tema também por outro motivo: a tentativa de golpe militar em La Paz.

No dia 26 de junho, o ex-comandante do exército da Bolívia, general Juan José Zúñiga mobilizou tropas e tanques na rua da capital, La Paz, e chegou a invadir o palácio presidencial.

O governo de Luis Arce apontou “mobilização militar irregular”. Zúñiga foi preso por tentativa de golpe.

O episódio gerou forte repercussão no continente. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, afirmou que entidade não tolerará “qualquer quebra da ordem constitucional legítima na Bolívia ou em qualquer outro lugar”.

Lula disse que deseja que a “democracia prevaleça na América Latina, golpe nunca deu certo.”

Homem é preso em flagrante após chamar adolescente de 14 anos de ‘gostosa’ em piscina de condomínio na Bahia

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Por g1 BA

Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Criança e o Adolescente (Dercca), em Salvador | Foto: Divulgação/Polícia Civil da Bahia

Um homem foi preso em flagrante após chamar uma adolescente de 14 anos de “gostosa” na piscina de um condomínio em Salvador. De acordo com a Polícia Civil, o caso aconteceu na quarta-feira (3) e é tratado como importunação sexual.

O crime aconteceu em um prédio que fica na Avenida Aliomar Baleeiro, no bairro Sete de Abril. Na ocasião, a menina estava sozinha dentro da piscina, quando percebeu que o suspeito a encarava.

Segundo os depoimentos, a vítima se sentiu incomodada e resolveu ir embora do local, mas foi chamada pelo suspeito, que lhe disse “palavras obscenas”.

A garota pediu ajuda para outra pessoa que estava na área da piscina. A testemunha contou que o suspeito “lambia os próprios lábios” e impedia a adolescente de ir embora.

A testemunha chamou os funcionários do prédio, que identificaram o suspeito e o detiveram. A Polícia Militar também foi acionada e encaminhou o homem para a Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), onde o caso foi registrado.

Em depoimento, o homem negou o crime, disse que achou a vítima bonita e acreditou que ela tivesse mais de 18 anos.

Na audiência de custódia que aconteceu nesta sexta-feira (5), a juíza decidiu pela liberdade provisória do suspeito porque ele não tem antecedentes criminais e porque não houve violência ou ameaça durante a execução do crime.

Apesar do benefício, o suspeito não poderá manter nenhum tipo de contato com a vítima, nem entrar no condomínio.

Mulher vira brigadista após perder filho de apenas 5 meses durante incêndios no Pantanal

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Vítima do fogo no Pantanal vira brigadista após perder o filho | Foto: Reprodução/TV Globo

Mais de 400 brigadistas estão na linha de frente do combate ao fogo do Pantanal. Entre eles, uma das vítimas dos incêndios.

Na mochila pesada, Débora Ávila carrega equipamentos de trabalho. Já de uniforme, está pronta para mais um dia na linha de frente. Débora é brigadista do Ibama/Prevfogo. Combate incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul. A missão, nesta quinta-feira (4), foi em mata fechada, 40 km ao norte de Corumbá.

“Tem muito espinho, muito galho cortado. Porque foram abrindo na picada, né?”, diz.

Débora entrou para a brigada em 2023. A escolha envolveu uma questão pessoal. Ela perdeu o filho de apenas 5 meses em 2020, durante os incêndios que devastaram o Pantanal. Gabriel David passava parte do tempo com oxigênio portátil. A mãe acredita que a quantidade de fumaça, que invadiu Corumbá naquele ano, complicou o quadro de saúde do bebê.

“Ele já veio com problema no pulmão. Ele tinha que ter ar puro, e a fumaça sufocou ele. A fumaça invadiu a cidade, da queimada. Então, ele veio a óbito por conta da fumaça”, conta Débora Ávila.

Atuar como brigadista foi a maneira de contribuir para que outras mães não passem pelo mesmo.

“Se a gente continuar fazendo o nosso papel – brigadistas, Prevfogo, todos -, se a gente continuar fazendo o que a gente está aqui para isso, então tem muita família que vai ficar um pouquinho mais com o seu filho”, afirma Débora.

Suspeito de integrar facção criminosa na Bahia é preso em Sergipe; homem tinha carro com fundo falso para esconder drogas

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Por g1 BA

Material apreendido durante cumprimento de mandado de prisão preventiva | Foto: FICCO/SE

Um homem suspeito de fazer parte de uma facção criminosa da Bahia foi preso na cidade de Aracaju, capital de Sergipe. De acordo com a Polícia Civil do estado, o mandado de prisão preventiva foi cumprido na quarta-feira (3). Na ação, foi apreendido um carro com fundo falso para esconder drogas.

O suspeito estava foragido da Justiça e é investigado por tráfico de entorpecentes e organização criminosa. As ordens foram expedidas pela Justiça de Senhor do Bonfim, no norte baiano. Ele não teve nome divulgado, mas é apontado como responsável por pelo menos 10 homicídios na região.

Com o suspeito, foram apreendidas drogas, celulares, uma balança de precisões e dois carros. Um dos veículos tinha fundo falso, onde foram encontrados 11 kg de cocaína.

Por estar no local no momento em que a droga foi encontrada, a esposa do suspeito foi presa em flagrante e será investigada por suposta participação no crime.

De acordo com a polícia, o suspeito vai responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico, além de outros crimes relacionados. A pena pode chegar a 25 anos de prisão.

A operação contou com a participação da Companhia Independente de Operações Especiais (CIOE) e da Companhia Independente de Policiamento com Cães – (CIPCães) da Polícia Militar do Estado de Sergipe.

Pastor é preso suspeito de assediar sexualmente fiéis em igreja no interior da Bahia

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Por g1 BA e TV Sudoeste

Delegacia da cidade de Jequié | Foto: Kelly Hosana/SSP-BA

Um pastor foi preso, nesta quarta-feira (3), suspeito de assediar sexualmente sete fiéis da igreja que ele ministrava, na cidade de Jequié, no sudoeste da Bahia.

De acordo com informações da Polícia Civil da cidade, o homem se aproveitava da função de pastor, autoridade máxima da igreja, e usava a confiança que as vítimas depositavam nele para enviar mensagens de conteúdo sexual, realizar carícias excessivas e elogios impróprios, além de relatar sonhos eróticos para as vítimas e cometer atos inconvenientes em público.

Segundo a Polícia Civil, as investigações começaram em dezembro de 2023, quando cinco vítimas denunciaram o religioso. Ao longo da apuração, outras duas fiéis acusaram o homem.

Ainda conforme a polícia, durante os cultos, o pastor realizava pregações que silenciavam as vítimas e faziam elas sentirem medo de denunciar o assédio sexual. Disse ainda que ele reforçava o machismo estrutural dentro da igreja.

A polícia informou ainda que as investigações indicaram que o assédio sexual causou efeitos devastadores nas vítimas, tanto no quesito emocional, como espiritual, além da vida social.

O suspeito foi encaminhado para a delegacia de Jequié, onde segue à disposição da Justiça.

Festas juninas reúnem 3,9 milhões de pessoas na Bahia

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Imagem ilustrativa | Foto: Samuel Oliveira

As festividades juninas, incluindo o pré-São João, São João e São Pedro, foram celebradas por mais de 3,9 milhões de pessoas na Bahia. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), 3.944.249 pessoas foram contabilizadas por câmeras do Sistema de Reconhecimento Facial instaladas em Salvador e mais 16 cidades baianas.

Na capital, as principais áreas de concentração foram o Pelourinho e o Parque de Exposições, onde 675.642 pessoas participaram dos festejos. No último dia do festival no Parque de Exposições, na terça-feira (2), mais de 33 mil pessoas estiveram presentes.

Entre as cidades do interior, Ipiaú, localizada no sul baiano, registrou o maior público, com 610.791 participantes. Irecê, no norte do estado, ficou em segundo lugar, com 402.027 pessoas aproveitando as celebrações juninas.

O sistema de reconhecimento facial da SSP contribuiu para a captura de 15 foragidos da Justiça que tentaram acessar os circuitos monitorados. As prisões foram realizadas nas cidades de Jequié (4), Ipiaú (3), Irecê (2), Salvador (2), Itabuna (1), Jaguaquara (1), Porto Seguro (1) e Santo Estevão (1).

Notícias de Santaluz

Senador diz que “Brasil tem ‘presos políticos’ porque Senado se omite diante do STF”

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O senador Eduardo Girão (Novo-CE) | Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) visitou Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na última segunda-feira (1º) no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Silvinei está detido desde agosto de 2023, acusado de utilizar a PRF para interferir no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. A visita foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Girão classificou a prisão de Silvinei como uma “injustiça cruel e arbitrária” e criticou o que chamou de “completa inversão de valores”. Ele acusou os ministros do STF de abusos de autoridade e disse que há omissão do Senado “em cumprir seu dever constitucional”, julgando o impeachment dos integrantes do Supremo.

Girão também abordou o caso de Débora Rodrigues dos Santos, atualmente detida na Penitenciária Feminina do Distrito Federal há um ano e três meses por pichar uma estátua do STF no 8 de janeiro. Segundo o senador, Débora enfrenta acusações graves, incluindo tentativa de subverter violentamente o Estado democrático de direito e associação criminosa.

Em pronunciamento na terça-feira (2), Girão criticou o que chamou de “festival de injustiças e arbitrariedades” relacionadas ao inquérito de 8 de janeiro, destacando preocupações com a interpretação das ações e o impacto no Estado de direito.

“Um único homem, sem nenhuma legitimidade popular, vem ferindo frontalmente o Estado democrático de direito com a cumplicidade silenciosa de parte expressiva da grande mídia brasileira e a omissão do Senado Federal, que foge ao seu dever constitucional de abrir um processo de impeachment. Até quando, até quando esta Casa vai continuar suportando tantas e tão graves injustiças, sendo humilhada dia sim, dia não?”, questionou Girão.

Notícias de Santaluz

Conta de luz volta a ter cobrança de taxa extra e fica mais cara em julho

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Foto: Freepik

Depois de mais de dois anos de alívio na conta de luz, a tarifa de energia elétrica voltou a ter sobretaxa a partir desta segunda-feira. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou, na última sexta-feira, a volta da sobretaxa da bandeira amarela.

A cobrança é introduzida sempre que há mais acionamento das usinas termelétricas, que têm custo maior do que as hidrelétricas.

Com isso, haverá uma cobrança extra de R$ 1,885 a cada 100 kW/h de consumo de energia. Esse valor é um pouco menor do que era praticado antes – em março, a Aneel reduziu essa sobretaxa em 37%.

A medida, que já estava no radar de economistas, é mais uma fonte de pressão sobre a inflação deste ano. Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, estima que uma cobrança acional na conta de luz pode levar o IPCA a fechar em 4,2% este ano, contra uma previsão anterior de 4%.

A última vez em que houve cobrança extra na conta de luz foi em abril de 2022 – foram 26 meses de bandeira verde, sem valores extra.

A Aneel citou a “previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano” para justificar a adoção da bandeira amarela. Segundo a agência reguladora, apesar das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, no país como um todo, as chuvas poderão ficar 50% abaixo da média histórica.

“Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica do período, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais”, diz uma nota divulgada pela Aneel.

Homem é suspeito de botar fogo na casa de ex-companheira por não aceitar fim do relacionamento

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Por g1 BA e TV Oeste

Homem é suspeito de incendiar casa de ex-companheira em Barreiras, no interior da Bahia | Foto: Reprodução/TV Oeste

Um homem é suspeito de atear fogo na casa da ex-companheira, na madrugada desta segunda-feira (1º), em Barreiras, no oeste da Bahia. Segundo informações da Polícia Militar, ele não aceitava o fim do relacionamento.

O incêndio ocorreu no bairro Vila Brasil, por volta das 4h, e atingiu a residência da vizinha. Após o crime, o suspeito fugiu do local.

Sua ex-companheira, uma mulher de 33 anos, não se feriu. Já os danos materiais são grandes.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, 100% da casa foi queimada. Todos os cômodos foram atingidos e o telhado chegou a ceder.

No imóvel vizinho, o impacto foi na parede e no gesso. A avaliação é de que o calor das chamas provocou rachaduras.

O fogo só foi completamente debelado quase duas horas depois. Pela manhã, a mulher foi à delegacia prestar queixa, porém, outros detalhes sobre o relacionamento que ela teve com o suspeito não foram divulgados.

30 anos do Real: como era a vida antes do plano econômico que deu origem à moeda brasileira

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O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, segura a cartilha da URV (Unidade Real de Valor) enquanto concede entrevista na porta do Ministério, em março de 1994 | Foto: Wilson Pedrosa/Estadão Conteúdo/Arquivo

Há 30 anos, em 1° de julho de 1994, o real era colocado em circulação. Apesar de ser a maior marca do Plano Real, essa foi só a ponta final de um extenso plano econômico que pôs fim a uma era de hiperinflação e constantes trocas da moeda corrente do Brasil.

De lá para cá, o real já se desvalorizou bastante. A inflação oficial do país acumulou alta de 708% nesses 30 anos. Em outras palavras, uma moeda de R$ 1 de hoje equivaleria a R$ 0,12 da época.

Parece bastante, mas não se compara com a dimensão do problema que o real veio resolver. Em 1992, no início do governo de Itamar Franco, o Brasil registrava uma inflação superior a 2.000% ao ano. As remarcações de preços de produtos básicos eram diárias — quando não aconteciam mais de uma vez ao dia.

Governos anteriores haviam lançado um punhado de planos econômicos frustrados, incluindo o rumoroso Plano Collor, que chegou a confiscar o dinheiro da poupança dos brasileiros e forçar um congelamento nos preços para controlar os índices.

Tudo havia dado errado, até chegar o Plano Real. Desenhado por uma equipe econômica composta por nomes, como Fernando Henrique Cardoso, Pérsio Arida, Edmar Bacha, Gustavo Franco, Pedro Malan e André Lara Resende, o novo plano pôs fim à crise inflacionária e deixou a catástrofe de preços na memória.

Nesta reportagem, o g1 explica o plano e ouve a experiência de quem viveu aqueles tempos. Afinal, quem tem menos de 40 anos de idade provavelmente não lembra do que é conviver com a hiperinflação.

Corrida aos mercados para gastar o mais rápido possível

Os anos que precederam o Plano Real foram marcados, sobretudo, pela hiperinflação, que era de 2% a 3% por dia. Trata-se de um percentual próximo ao que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registra em quase um ano.

O administrador de empresas Gilberto Rodrigues, de 62 anos, viveu cinco mudanças de moeda no país. Por várias vezes, esteve presente nas tradicionais corridas aos supermercados para garantir produtos básicos antes da remarcação dos preços.

“Era muito comum as pessoas dormirem nas filas ou chegarem na madrugada para garantir 2 kg de carne, ou um pacote de arroz, feijão, açúcar, óleo de soja”, conta.

Gilberto e sua família | Foto: Arquivo pessoal

Gilberto lembra que muitos colegas compravam o maior modelo disponível de refrigeradores para armazenar o quanto fosse possível de alimentos perecíveis, e assim garantir preços menores. “Era uma época muito difícil. Lembro da máquina de remarcação de preços a todo vapor nos supermercados”, conta.

“Na época, não existia a tecnologia dos códigos de barras, e todos os produtos da prateleira recebiam uma etiqueta com o valor. O produto tinha um preço pela manhã, outro à tarde e amanhecia com um valor ainda maior”.

A família de Rodrigues tinha o hábito de fazer as compras assim que o salário caísse na conta. Guardar dinheiro era sinônimo de perda do poder de compra. E a prática de não poupar era comum na época.

O engenheiro José Nagib Miziara, de 75 anos, trabalhava no setor público como professor de engenharia. Antes do Plano Real, diz ele, “era difícil muito chegar ao fim do mês com algum dinheiro” sobrando na conta, mesmo com o salário pingando na conta todo mês.

“Os preços variavam em uma velocidade impressionante. Você fazia compra, pagava com cheque e o dinheiro ia rendendo na conta até o cheque ser descontado. Tínhamos que fazer compra de mês para abastecer a casa. Só frutas e verduras eram compradas na feira semanalmente”, conta Nagib.

José Nagib e sua esposa | Foto: Arquivo pessoal

Contexto histórico

A hiperinflação que o Brasil atravessou antes do Plano Real foi consequência de uma política de expansão de gastos públicos, que aumentou de maneira expressiva o endividamento brasileiro durante a ditadura militar para financiar o crescimento do país.

Mas quando crises globais chegam, as grandes economias também sofrem choques de inflação. Em situações assim, precisam elevar suas taxas de juros para combater a alta de preços. Os juros mais altos e o aumento de risco fazem com que o capital de investidores migre para economias mais seguras. Isso piora o câmbio e reduz a oferta interna de produtos em emergentes, como o Brasil.

Ao longo dos anos 1980, o endividamento crescente do país se juntou às pressões vindas da economia global e transformou os reajustes de preços em uma bola de neve. Nenhum dos planos econômicos e trocas de moeda conseguia conter a hiperinflação.

Walter Franco, professor de Economia do Ibmec, explica que a loucura dos preços fazia parte do dia a dia do brasileiro. “Era algo muito peculiar. Mesmo se você não fosse letrado ou muito afeito à matemática, você, como cidadão comum do Brasil, entendia o que tinha que fazer”, diz.

“O brasileiro sabia, por exemplo, que era melhor comprar o que precisasse logo quando recebesse o salário, e que era bom colocar o pouco dinheiro que tinha em uma aplicação overnight para conseguir um ganho de hoje para amanhã”, afirma Franco.

Uma aplicação “overnight”, destaca o professor, é um tipo de investimento em que o investidor coloca o dinheiro à noite e recebe o valor já corrigido na manhã do próximo dia útil, corrigido por uma taxa de juros que acompanha a expectativa da inflação.

Essa taxa existe ainda hoje, mas era muito comum nos anos 1980 e 1990 porque garantia, pelo menos, o poder de compra durante a noite. Tanto Gilberto Rodrigues, quanto José Nagib, que compartilharam seus relatos sobre a época com a reportagem, contam que comumente aplicavam dinheiro no overnight.

Segundo Nagib, que tinha comprado um terreno e pagava o financiamento durante o período de hiperinflação, nos dias em que precisava pagar as parcelas, ele só transferia o dinheiro no fim da tarde para garantir que já teria recebido os juros do overnight.

Como funcionou o Plano Real

Tanto especialistas em economia, quanto pessoas comuns afirmam que um ponto-chave do Plano Real foi o fato de ele não ter trazido nenhuma surpresa. Não houve confisco, não houve congelamento de preços, nem outra estratégia mirabolante.

O Plano Real se baseou em três pilares: Controle fiscal; Equiparação ao dólar; Criação de uma moeda forte.

1️⃣ O plano teve início no fim de 1993, com um ajuste fiscal para diminuir os gastos do governo e aumentar suas receitas. Foi promovido com um corte de US$ 22 bilhões no Orçamento, além de um aumento de 5% nas alíquotas de todos os impostos nacionais.

O governo também trabalhou com o Congresso Nacional para a criação de um Fundo de Emergência, com a destinação de 15% da arrecadação de impostos para o pagamento de programas sociais.

2️⃣ Depois, em fevereiro de 1994, o Banco Central do Brasil criou e divulgou a Unidade Real de Valor (URV), um índice para produtos que era indexado ao dólar e variava com ele todos os dias.

O governo passou a usá-lo como referência. Enquanto os preços em cruzeiros reais não paravam de subir, os valores dos mesmos produtos em URV variavam muito pouco, amenizando a pressão da inflação.

3️⃣ Por fim, em 1° de julho de 1994, quando toda a economia já estava alinhada ao uso do URV, foi lançado o real, que também usava o dólar como referência.

Foi divulgada uma tabela de conversão, e a população teve algumas semanas para trocar as notas antigas de cruzeiro pelas notas de real. Também houve fiscalização contra o aumento indevido e inexplicado de preços, punindo os comerciantes que tentassem se aproveitar da troca de moeda.

Walter Franco, do Ibmec, lembra que a condução política do Plano Real também foi muito importante para o seu sucesso.

O professor comenta que Itamar Franco “tinha um peso muito grande em suas costas e não podia errar”, por ser um “presidente substituto” após a destituição de Fernando Collor. “Ele se cercou de uma equipe econômica de ponta e que também tinha conhecimento dos erros do passado”, afirma.

O economista ressalta que uma figura forte da política, a de Fernando Henrique Cardoso, foi essencial para avançar com as negociações com o Congresso Nacional. Ajudou também a divulgar amplamente as mudanças para a população, para acabar com a “mentalidade inflacionária”.

Mudança de vida

Franco, do Ibmec, afirma que o principal impacto do Plano Real na vida de uma pessoa comum foi a possibilidade de que o brasileiro pudesse se organizar e começar a guardar dinheiro. Sem a hiperinflação no radar, a população perdeu o medo de que suas economias “derretessem” com o tempo.

“Como seria possível fazer um orçamento naquela época, com uma inflação de centenas por mês? Não havia capacidade de planejamento. O Plano Real acaba com tudo isso, ele permitiu a geração de riqueza”, explica o professor.

“Quando você tem uma economia organizada, com inflação sob controle, com sinais claros por parte dos agentes econômicos, você atrai investimentos locais e, estrangeiros. Todos podem planejar melhor os seus gastos: o Estado, o empresário e as pessoas físicas também”, conclui.

Sandra Mendes da Silva Morales | Foto: g1

A contadora Sandra Mendes tem hoje 58 anos, mas estava recém-casada e tinha acabado de dar à luz a seu primeiro filho quando o Plano Real foi instituído. A família não tinha dinheiro nem “para uma cadeira para sentar”, segundo ela.

Um dos maiores gastos que tinham era com aluguel de um apartamento no interior de São Paulo, cujo preço era fortemente reajustado para acompanhar a inflação.

Quando o real começou a valer, o aluguel parou de subir e a família passou a poupar. A proprietária do imóvel até tentou elevar o valor pago pelo casal, pelo receio de que a inflação voltasse a subir, mas Sandra recorreu à Justiça para impedir o reajuste. E conseguiu.

Com as despesas controladas, juntaram o suficiente para dar entrada em uma casa. “Como não tinha mais aquela inflação, o antigo proprietário aceitou R$ 5 mil de entrada e parcelar o restante do valor”, lembra ela.

“Foi o Plano Real que nos possibilitou sair do aluguel e comprar nossa casa”, diz Sandra.



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