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Arcebispo de Salvador vai participar do Conclave para escolha do novo papa
Por g1 BA

Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil | Foto: Jorge Jesus/ Ag. Picnews
Após a morte do papa Francisco, nesta segunda-feira (21), a Igreja Católica Apostólica Romana começa os preparativos para escolher um novo líder religioso. Segundo o Vaticano, 135 cardeais estão aptos a participar da votação, chamada Conclave. Entre eles, está Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, de 65 anos.
Pelas regras da Igreja Católica, apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar. Entre os oito cardeais brasileiros, sete atendem a esse critério.
“Em relação as especulações sobre o novo papa, é preciso primeiro respeitar esse momento. As especulações existem, mas sabemos que o Espírito Santo sempre surpreende a Igreja”, disse Dom Sérgio, a despeito de ter o nome citado em listas que apontam possíveis novos pontífices.
Ele deve viajar ao Vaticano nesta terça-feira (22), para participar da despedida do papa Francisco, e permanecerá na Itália para participar das decisões acerca da escolha do novo líder dos cristãos católicos.
“Os ensinamentos, os gestos do papa Francisco, repercutiram muito na igreja e no mundo, não só pelas suas implicações internas na vida da Igreja, mas pelo significado ético, religioso, político dos seus ensinamentos, daquilo que ele fez, daquilo que ele realizou e nos ensinou”, declarou o cardeal.
Dom Sérgio da Rocha nasceu em Dobrada, em São Paulo, e foi nomeado arcebispo de Salvador em 2020. Com isso, também se tornou o arcebispo Primaz do Brasil, título dado a quem conduz a arquidiocese mais antiga do país.
Ele é mestre em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma.
Ao longo da carreira, atuou como diretor espiritual, professor e reitor do seminário diocesano de Filosofia de São Carlos (SP). Também trabalhou na assessoria e coordenação de pastorais, além de ser professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas.
Antes de ser nomeado arcebispo de Salvador, foi bispo auxiliar de Fortaleza em 2001. Sete anos depois, foi nomeado arcebispo da Arquidiocese de Teresina. Já em 2011, assumiu a Arquidiocese de Brasília, onde permaneceu até 2020.
Dom Sérgio da Rocha foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco em novembro de 2016 e chegou a ser presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entre 2015 e 2019.
Em 2021, o papa Francisco também nomeou Dom Sérgio como membro da Congregação para os Bispos. A organização é um dos principais organismos da Cúria Romana, que cuida da criação das dioceses, da nomeação de bispos, das visitas “ad Limina” e dos encontros de bispos novos.
Dois anos depois, em 2023, ele também nomeou o arcebispo como membro do Conselho de Cardeais, conhecido como G-9. Dom Sérgio é o único membro latino-americano do grupo.
Além disso, é também membro da Congregação para o Clero, do Conselho Ordinário da Secretaria-Geral do Sínodo dos Bispos e da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Morre o papa Francisco aos 88 anos
Por g1

Papa Francisco morre aos 88 anos | Foto: Vaticano
Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu em Roma aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). As informações foram confirmadas pelo Vaticano, que ainda não deu detalhes sobre a causa da morte.
O pontífice, que ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos, se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ter ficado internado por 38 dias.
“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, diz comunicado oficial.
As cerimônias fúnebres de Francisco seguirão uma série de ritos e começam já nas próximas horas desta segunda-feira, segundo o Vaticano. Os horários a seguir estão no horário de Brasília:
14h: missa de sufrágio do papa Francisco. Cerimônia ocorrerá na Basílica de São João de Latrão, em Roma, e será realizada pelo cardeal Baldo Reina.
15h: ritos de constatação da morte e deposição do corpo de Francisco no caixão. A cerimônia ocorrerá na capela privada do papa, na Capela de Santa Marta, e será presidida pelo camerlengo Farrell.
Francisco será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em vez da Basílica de São Pedro, no Vaticano. A última vez que isso aconteceu foi em 1903, com o enterro do papa Leão XIII.
Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto.
À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Relembre a carreira do papa mais abaixo.
Francisco se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões, quadro que o manteve internado por 38 dias. Há um mês, ele teve alta e estava sob cuidados médicos.
A primeira hospitalização foi no início de fevereiro. Nos dias seguintes, o papa começou a ter dificuldades para discursar durante audiências religiosas. Ele admitiu publicamente que estava com dificuldades respiratórias e chegou a pedir para um auxiliar fazer a leitura do sermão.
No dia 14 de fevereiro, o papa foi internado no hospital Agostino Gemelli para fazer exames e tratar a bronquite. Mesmo hospitalizado, ele continuou participando de algumas atividades religiosas. No domingo (16), ele pediu desculpas por faltar à oração semanal com fiéis na Praça de São Pedro.
Já na segunda-feira (17), o Vaticano informou que Francisco estava com uma infecção polimicrobiana — causada por um ou mais microrganismos, como bactérias, vírus ou fungos. O quadro de saúde do papa foi descrito como “complexo”.
No dia seguinte, em um novo boletim, o Vaticano anunciou que o pontífice estava com uma pneumonia bilateral. A infecção era mais grave do que uma pneumonia comum. Ele teve alta no dia 23 de março.
Apesar de ter sido eleito papa contra a própria vontade, a carreira de Francisco no catolicismo foi uma escolha própria do argentino. Formado em Ciências Químicas e professor de Literatura, o religioso filho de imigrantes italianos acabou optando por se dedicar aos estudos eclesiásticos.
Seu perfil jovial e descontraído — ele gostava de fazer piadas e brincadeiras — o tornou uma opção popular entre os colegas cardeais e uma escolha antes de mais nada conjuntural.
A Igreja Católica vivia então um de seus momentos mais delicados. A popularidade em baixa e os escândalos de pedofilia envolvendo padres em todo o mundo são apenas alguns dos desafios que o pontífice enfrentaria durante seu papado.
A modernidade também levou Francisco a lidar com outros assuntos delicados para a Igreja, como os direitos LGBTQIA+ e o sexismo.
Ele foi elogiado por avanços como o de permitir bênçãos de padres a casais do mesmo sexo, colocar mulheres em cargos mais altos no Vaticano e permitir que elas votassem no Sínodo dos Bispos — a reunião em que bispos debatem e decidem questões ideológicas e regimentos internos.
Mas também foi criticado por avançar menos do que o esperado na questão feminina. Francisco terminou seu papado sem permitir sacerdotes do sexo feminino, reivindicação histórica de parte das católicas.
O papa defendia que apenas cristãos do sexo masculino poderiam ser ordenados para o sacerdócio, usando como base a premissa da Igreja Católica de que Jesus escolheu homens como apóstolos.
O pontífice também ficou marcado por discursos políticos durantes sermões. Não poupou críticas a líderes de países em guerra, como o russo Vladimir Putin e o israelense Benjamin Netanyahu. Ele também apontou o dedo para a União Europeia ao citar a crise dos refugiados, que começou durante seu papado, em 2015.
Em uma das imagens mais impressionantes e sem precedentes na Igreja Católica, rezou sozinho na sempre lotada Praça São Pedro, no Vaticano, quando a Covid-19 se espalhou pelo mundo e fez vários países decretarem quarentena.
Mas o combate à pobreza sempre foi sua prioridade. Ao ser apontado como o novo papa, ele escolheu o nome de seu novo título em homenagem a São Francisco de Assis, protetor dos pobres. O lema de seu papado foi “Miserando atque eligendo” — “Olhou-o com misericórdia e o escolheu”, em português.
As reformas da Igreja Católica também foram outra marca do papado de Francisco. Ele iniciou um processo de reforma das estruturas da Cúria, que é o governo do Vaticano, com atenção especial para a parte econômica e financeira.
ViaBahia assina termo aditivo para transição da administração de rodovias ao DNIT
Por g1 BA

Foto: Reginaldo Pereira/Agência A Tarde/AE
A concessionária ViaBahia assinou, na última quinta-feira (17), o termo aditivo contratual que prevê a transição da gestão das rodovias BR-116, BR-324, BA-526 e BA-528 para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
A empresa disse ainda que, após cumpridas as condições e formalidades previstas no Termo de Autocomposição pelas entidades governamentais, a transição deverá ocorrer às 23h59h do dia 14 de maio.
Até que ocorra a transição, a concessionária segue responsável pela operação, manutenção e conservação das rodovias, incluindo a administração das praças de pedágio, “assegurando condições seguras e funcionais de mobilidade, bem como reafirma seu compromisso com os usuários e garante a prestação do serviço adequado até o momento do encerramento da concessão.”
O ministro dos Transportes, Renan Filho, já havia informado que o Governo Federal vai assumir, a partir de 15 de maio, o trecho concedido das rodovias que atualmente estão sob administração da concessionária ViaBahia.
Através das redes sociais, Renan Filho disse que as rodovias voltarão a receber investimentos do DNIT e o acordo foi feito após uma longa negociação com o Ministério dos Transportes e o Tribunal de Contas da União (TCU).
“Essas rodovias que já causaram muita tristeza ao povo da Bahia voltarão a receber investimentos por meio do DNIT, que já vai entrar fazendo obras no pavimento, e terá um novo projeto para transforma-la definitivamente que irá a leilão ainda este ano”, disse o ministro Renan Filho.
Por meio de nota, a assessoria de comunicação do Ministério dos Transportes informou que o acordo mediado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) visa solucionar conflitos administrativos e judiciais, que impedem investimentos e melhorias nessas importantes vias.
Até o novo leilão, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) será responsável por garantir a operação e a conservação das rodovias, realizando obras no pavimento e assegurando a continuidade dos serviços aos usuários na BR-324.
Paralelamente, a Infra S.A. está elaborando estudos para um novo contrato de concessão, com previsão de leilão ainda em 2025. O objetivo é atrair investimentos significativos para a modernização e ampliação da infraestrutura rodoviária na Bahia.
O acordo estabelece que a União pagará à ViaBahia um ajuste financeiro de R$ 681 milhões, dividido em duas parcelas, como compensação por investimentos não amortizados e bens não depreciados.
Além disso, serão destinados valores para cobrir custos de encerramento e para a renúncia expressa e integral a todos os pleitos e litígios — administrativos, judiciais e arbitrais — relacionados à concessão. Adicionalmente, a União assumirá a quitação do principal, juros e demais custos para o encerramento dos contratos de financiamento atualmente assumidos pela ViaBahia.
Serão encerrados todos os processos administrativos, judiciais e arbitrais atualmente em andamento entre a ViaBahia e a ANTT.
Em 11 de março, a concessionária informou que poderia continuar administrando as rodovias BR-116, BR-324, BA-526 e BA-528, mesmo após o fim de março, quando estava previsto o encerramento da concessão.
Na ocasião, a empresa disse que ainda não havia recebido pagamento de um acordo estabelecido com os órgãos responsáveis. Conforme apurou a TV Bahia, o acerto previa o pagamento de R$ 892 milhões para a ViaBahia, sendo R$ 681 milhões por indenização e R$ 211 milhões por recusa dos órgãos aos fatores administrativos previstos.
A concessionária deve receber quatro pagamentos da União, sendo dois deles antes da saída da empresa. O terceiro, no valor de R$ 367 milhões, será pagado 30 dias após o fim da concessão. O último pagamento, no valor de R$ 314 milhões, será feito em 2026.
A parceria será encerrada após queixas contra a empresa e a falta de cumprimento de acordos. A situação da ViaBahia foi considerada um caso “grave” pelo Ministério da Casa Civil.
De acordo com a pasta, entre as exigências que não estavam sendo cumpridas está a realização de obras, como a recuperação do pavimento asfáltico e iluminação da pista.
Como apontado pelo ministro Rui Costa à época, a concessionária teve até 19 de setembro para entrar em acordo com o governo federal e estabelecer novas datas para o cumprimento das medidas, o que não aconteceu.
“Não se chegou a um acordo. Nós solicitamos, então, que a ViaBahia saísse, deixasse o contrato”, esclareceu.
Prefeitura de Salvador proíbe uso de celulares em salas de aula e espaços de estudo da rede municipal

Foto: Reprodução/TV Globo
Estudantes da rede municipal de Salvador não poderão mais usar celulares ou outros dispositivos eletrônicos em salas de aula, bibliotecas ou espaços de estudo. A nova regra foi sancionada pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil) e publicada no Diário Oficial do Município.
A proibição vale para estudantes da educação infantil e dos ensinos fundamental e médio, mas abre exceções: os aparelhos poderão ser usados com autorização da unidade escolar, desde que para fins pedagógicos. A medida não se aplica à Educação de Jovens e Adultos (EJA).
De acordo com o portal A Tarde, o projeto que originou a lei foi apresentado pelo vereador André Fraga (PV) e aprovado em dezembro do ano passado pela Câmara Municipal de Salvador.
Além da restrição, as escolas deverão instalar placas com a informação da proibição e estabelecer canais de comunicação entre pais, responsáveis e as instituições de ensino. Caso a regra seja descumprida, os professores poderão advertir os alunos, recolher os aparelhos e acionar a equipe gestora, que poderá aplicar as sanções previstas no regimento da escola.
A lei segue o que já foi estabelecido nacionalmente. Desde janeiro, uma norma sancionada pelo presidente Lula (PT) também restringe o uso de celulares em ambientes escolares, com foco na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio.
A legislação ainda prevê exceções para alunos com deficiência ou condições médicas específicas, desde que haja laudo médico ou autorização formal. Em situações emergenciais, a direção da escola também poderá autorizar o uso dos dispositivos.
Agricultora tem processo de beatificação iniciado pelo Vaticano e pode se tornar a segunda santa da Bahia
Por g1 Feira de Santana e região

Maria Milza dos Santos Fonseca pode ser chamada oficialmente de Serva de Deus | Foto: Raica Beatriz/Pascom-Diocesana de Ruy Barbosa
A agricultora Maria Milza dos Santos Fonseca, que viveu em Itaberaba, no interior da Bahia, teve o processo de beatificação autorizado pelo Vaticano, em Roma. A partir de agora, ela já pode ser chamada oficialmente de Serva de Deus, primeiro passo no caminho para possível canonização.
O anúncio foi feito na terça-feira (15), após o recebimento da carta oficial do Dicastério para as Causas dos Santos, órgão responsável pela condução das causas de canonização na Igreja Católica, assinada pelo cardeal Marcellus Semeraro, prefeito da Congregação. O documento confirma que não há impedimentos para que o processo prossiga.
O pedido foi feito pelo bispo da Diocese de Ruy Barbosa, Dom Estevam dos Santos Silva Filho, em agosto de 2024. A resposta oficial do Vaticano chegou em fevereiro deste ano e foi anunciada publicamente nesta semana, com grande comoção entre fiéis da região.
A primeira etapa do processo será a fase diocesana, que começa no dia 15 de agosto de 2025, data que marca os 102 anos do nascimento de Maria Milza. A cerimônia ocorrerá no povoado de Alagoas onde ela morava, e um tribunal eclesiástico será responsável por conduzir a investigação sobre sua vida e virtudes.
Esse tribunal será responsável por reunir testemunhos, documentos e relatos sobre a vida e as virtudes de Maria Milza, além de investigar possíveis graças ou milagres atribuídos à intercessão dela.
“Este importante passo nos enche de esperança, pois nos aproxima do momento em que poderemos testemunhar a santidade de Maria Milza, nossa Mãezinha, que partiu para a Casa do Pai em 1993”, declarou a Diocese em nota oficial.
Com a autorização do Vaticano e o início da fase diocesana, a causa seguirá conforme as “Normas a serem seguidas nas Inquirições a serem feitas pelos Bispos nas Causas dos Santos”, publicadas pelo próprio Dicastério em 1983.
Se, após a análise, for reconhecida a vivência de virtudes heroicas e a comprovação de um milagre, Maria Milza poderá ser declarada beata. A canonização, que a tornaria oficialmente santa, exige um segundo milagre após a beatificação.
Enquanto isso, a Diocese convida os fiéis a se unirem em oração. “Com fé e esperança, seguimos firmes neste caminho, confiantes na intercessão da nossa querida Mãezinha”, diz o comunicado oficial da Diocese.
Quem foi Maria Milza
Nascida em 15 de agosto de 1923, na comunidade de Alagoas, Maria Milza era a caçula de 12 irmãos e cresceu em um lar de agricultores. Desde jovem, se destacou pela vida de oração, solidariedade e dedicação aos mais pobres.
Mesmo com poucos recursos, dividia tudo o que tinha com quem mais precisava. Trabalhava na casa de farinha da família e oferecia alimentos como beiju e farinha de mandioca a moradores em situação de fome. Caminhava por longas distâncias para visitar doentes e levava consolo espiritual, orações e medicamentos.
Além disso, alfabetizava crianças da comunidade usando cartilhas católicas, ensinando leitura, escrita e valores cristãos. Sua casa virou ponto de referência para fiéis em busca de orientação e apoio. Seu exemplo de fé e solidariedade tornou referência na região.
Ela faleceu em 17 de dezembro de 1993, mas a devoção popular continua viva. O túmulo de Maria Milza, localizado na capela de Santo Antônio, na comunidade de Alagoas, se transformou em um local de peregrinação para fiéis de várias regiões.
Encontro com Irmã Dulce

Foto de Milza visitando Irmã Dulce quando ela já estava muito doente e acamada, em 1990 | Foto: Raica Beatriz/Pascom-Diocesana de Ruy Barbosa
Embora tenham se encontrado poucas vezes, há registros que indicam uma relação de respeito e afinidade espiritual entre Maria Milza e Irmã Dulce, a primeira santa brasileira. Em uma das raras imagens registradas entre 19 à 21 de setembro 1990, Milza aparece visitando Irmã Dulce quando ela já estava muito doente e acamada.
Ambas partilhavam da mesma espiritualidade baseada no cuidado e na caridade com os pobres, sendo referências de amor ao próximo.
Casa Memorial de Maria Milza
A residência onde Maria Milza morava, conhecida carinhosamente como a Casa de Mãezinha, foi durante sua vida um ponto de acolhimento para doentes, romeiros e pessoas em busca de conselhos e orações. Ali, muitos relatam terem encontrado conforto espiritual e ajuda material.
Segundo a Irmã Claudia Conceição, da Comissão Histórica do Santuário Diocesano da Caridade Nossa Senhora das Graças, com o tempo, a crescente manifestação de fé popular e o reconhecimento da importância de sua história, levaram à transformação da antiga casa no Memorial Maria Milza, um espaço que preserva sua memória, acolhe os devotos e testemunha a força da fé e da gratidão expressas através de objetos e mensagens, deixados ao longo do tempo, como testemunhos silenciosos de graças alcançadas por intercessão da “Mãezinha” Maria Milza.
Hoje, o espaço, localizado no povoado de Alagoas, no município de Itaberaba, passou a receber ainda mais visitantes e se transformou em um memorial, que guarda objetos, cartas e ex-votos deixados por fiéis que atribuem graças à sua intercessão.

A residência onde Maria Milza viveu, conhecida carinhosamente como a Casa de Mãezinha | Foto: Raica Beatriz/Pascom-Diocesana de Ruy Barbosa
Caso Sara Freitas: motorista que levou cantora gospel para local do homicídio é condenado a mais de 20 anos de prisão
Por g1 BA

Motorista que levou cantora gospel para local do homicídio é condenado a mais de 20 anos de prisão | Foto: Reprodução/TV Bahia
O motorista por aplicativo que levou a cantora gospel Sara Freitas para o local onde ela foi assassinada, na Bahia, foi condenado pelo crime, nesta terça-feira (15), após passar por Júri Popular.
Gideão Duarte de Lima foi o primeiro dos quatro investigados a ser julgado. Ederlan Santos Mariano, Weslen Pablo Correia de Jesus e Victor Gabriel Oliveira Neves entraram com recurso e aguardam definição de julgamento.
Segundo o advogado de acusação, Rogério Matos, o homem foi considerado culpado por homicídio qualificado, com agravo de ocultação de cadáver e associação criminosa.
A pena estipulada pela Justiça da Bahia foi de 20 anos e 4 meses de prisão, que devem ser cumpridos, inicialmente, em regime fechado.
O motorista por aplicativo chegou ao Fórum Desembargador Gerson Pereira dos Santos, em Dias D’Ávila, cidade na Região Metropolitana de Salvador (RMS) pouco mais das 9h, em uma viatura da Polícia Penal, sob escolta da Polícia Militar (PM).
A sessão começou pouco depois e durou mais de 12h. Ao longo do dia, foram ouvidas quatro testemunhas de acusação e três de defesa. O Júri foi composto por cinco homens e duas mulheres.
Durante a sessão, a acusação sustentou a versão de que o investigado ficou 20 minutos esperando no carro, enquanto o crime era cometido. Já a defesa alegou que ele foi coagido a ficar no local.
Após o Júri, Gideão voltou para o sistema prisional, em Salvador, onde já estava enquanto aguardava julgamento.

Sara Freitas tinha mais 50 mil seguidores nas redes sociais | Foto: Reprodução/Redes Sociais
Todos iriam a júri juntos
Sara Freitas foi encontrada morta no dia 27 de outubro de 2023, às margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila. Antes disso, ela ficou desaparecida por quatro dias.
A família da artista pediu para que a imprensa não chame mais a cantora de “Sara Mariano”, com a justificativa de que não quer mais associá-la ao sobrenome do marido, Ederlan Mariano, preso acusado de comandar o crime.
A Justiça da Bahia decidiu em agosto do ano passado que os quatro acusados pelo Ministério Público estadual (MP-BA) de envolvimento na morte da cantora gospel Sara Freitas iriam a Júri Popular.
Em seguida, a defesa de Ederlan, Weslen Pablo e Victor Gabriel recorreram. Eles seguem no Complexo Penal da Mata Escura, na capital baiana.
O MP-BA sustenta uma acusação de feminicídio cometido por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, ocultação de cadáver e associação criminosa.
O delegado Euvaldo Costa, responsável pelo inquérito, destacou que as investigações elucidaram a participação de cada um dos acusados:
Ederlan Mariano encomendou o crime;
Gideão Duarte levou Sara Freitas até o local combinado;
Victor Gabriel segurou a vítima;
Bispo Zadoque a esfaqueou.

Da esquerda para a direita: Ederlan Mariano, Bispo Zadoque, Gideão Duarte e Victor Gabriel | Foto: Arte/g1 BA
Valores pagos por Ederlan para acusados
Os acusados de envolvimento na morte de Sara Freitas admitiram ter dividido R$ 2 mil, que foram dados por Ederlan Mariano para executar o crime. Ederlan foi o primeiro acusado a ser preso.
Weslen Pablo Correia de Jesus, Gideão Duarte e Victor Gabriel de Oliveira admitiram o recebimento dos valores em acareação realizada na delegacia de Dias D’Ávila, responsável pelas investigações do caso.
Além dos três envolvidos diretamente na execução de Sara Freitas, um quarto homem identificado como “cantor Davi Oliveira” aparece na divisão do dinheiro. Segundo os acusados, ele recebeu R$ 200 como “cortesia”, porque sabia do plano para matar Sara Freitas, mas não participou de nenhuma fase do crime.
R$ 2 mil: valor pago por Ederlan Santos Mariano pela morte de sua esposa.
R$ 900: valor recebido por Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como Bispo Zadoque, executor da vítima e responsável pela ocultação do cadáver.
R$ 500: valor recebido por Victor Gabriel de Oliveira, que segurou Sara para que Weslen Pablo, o Bispo Zadoque, a matasse. Também participou da ocultação do cadáver.
R$ 400: valor recebido por Gideão Duarte pelo transporte de Sara para encontro dos executores, e dos mesmos para a casa de Ederlan após o crime. Ele ainda retornaria ao local com os executores para a queima do corpo de Sara.
R$ 200: valor recebido pelo homem identificado como “cantor Davi Oliveira”. Segundo os demais acusados, ele sabia do plano para matar Sara Freitas, mas não participou de nenhuma fase do crime. A polícia não divulgou se esse homem será indiciado.
Relembre o caso

Sara Freitas desapareceu em outubro de 2023 | Foto: Reprodução/Redes Sociais
A cantora desapareceu em 24 de outubro de 2023, quando saiu da casa onde morava no bairro de Valéria, em Salvador, com destino a uma reunião de mulheres em uma igreja. Sara, inclusive, postou nas redes sociais que estava a caminho de Dias D’Ávila horas antes de sumir.
Ela seria levada até o local por um motorista de confiança, Gideão Duarte, que já havia prestado esse serviço anteriormente. Depois de entrar no carro, a cantora não foi mais vista. Ele tomou um carro emprestado com outra pessoa, conhecida no meio religioso como Apóstolo Hugo, para transportar a artista – ele não é apontado como suspeito de envolvimento com o ato.
O marido dela, Ederlan Mariano, mobilizou buscas pela esposa na imprensa e nas redes sociais. Três dias depois, o corpo de Sara foi encontrado. Ele foi o primeiro acusado a ser preso, em 28 de outubro.
A família de Sara afirma que Ederlan era agressivo com a esposa, forçava relações sexuais, e ela planejava sair de casa. A mãe dela contou que, pouco antes de morrer, a filha disse que tinha algo importante para revelar, mas não deu tempo, porque ela foi assassinada.
O segundo acusado a ser preso foi o Bispo Zadoque, amigo de Sara, no dia 14 de novembro. O homem atuava em igrejas evangélicas na RMS e trocava mensagens carinhosas com a vítima nas redes sociais.
No dia 15 de novembro, Gideão Duarte, terceiro acusado de participação no crime, também foi preso. Neste dia, eles passaram por audiência de custódia e tiveram as detenções mantidas pela Justiça.
O quarto acusado de participar do assassinato da cantora gospel Sara Freitas, identificado como Victor Gabriel de Oliveira, foi preso também no dia 15, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.
Tutora é morta por cachorro da raça pit bull dentro de casa

Stefane Xavier da Silva foi atacada pelo próprio pit bull em Goiás | Foto: Reprodução/TV Anhanguera
A tutora de um cachorro da raça pit bull, Stefane Xavier da Silva, de 31 anos, morreu após ser atacada pelo próprio animal no último domingo (13), dentro da residência onde morava com a companheira e uma bebê de quatro meses, em Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal. As informações são do g1.
Segundo o Corpo de Bombeiros, vizinhos tentaram conter o ataque e acabaram matando o cão a pauladas, com o objetivo de evitar novas agressões. Quando a equipe de resgate chegou ao local, Stefane já estava sem vida. De acordo com os socorristas, a vítima apresentava ferimentos profundos na região do pescoço e havia perdido grande quantidade de sangue.
A Polícia Civil informou que, durante o ataque, a companheira de Stefane saiu de casa com a filha no colo, gritando por ajuda. Vizinhos relataram ter ouvido os pedidos de socorro e agiram prontamente para impedir que o cão ferisse outras pessoas.
Nas redes sociais, Stefane demonstrava afeto pelo animal. Em uma publicação feita em 2020, ela aparece ao lado do cachorro com a legenda: “A gente se gosta, meu parceiro.”
A Polícia Civil apura as circunstâncias do ataque. O caso segue em investigação.
Gilmar Mendes manda suspender processos sobre ‘pejotização’ em todo o país até decisão final do STF

Foto: Fellipe Sampaio /STF
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou suspender todos os processos no país que tratam da legalidade da contratação de trabalhadores por pessoa jurídica — a chamada pejotização. A decisão vale até que o Plenário da Corte julgue, de forma definitiva, um recurso sobre o tema.
Segundo o STF, essa suspensão busca evitar decisões diferentes em tribunais trabalhistas e garantir mais segurança jurídica. O ministro explicou que há um grande número de processos sobre o assunto, e que muitos desrespeitam entendimentos já firmados pelo próprio Supremo.
A prática da pejotização é comum em áreas como saúde, tecnologia, advocacia, entregas por motoboys, entre outras. Ela acontece quando o trabalhador presta serviços como empresa, sem vínculo formal de emprego — o que, para alguns tribunais, pode caracterizar fraude nas relações trabalhistas.
O recurso analisado no STF também discute se a Justiça do Trabalho pode julgar casos assim e quem deve provar se houve fraude na contratação — o trabalhador ou a empresa.
Notícias de Santaluz
Operação apreende 950 pintinhos coloridos que seriam vendidos ilegalmente em Serrinha

Foram apreendidos 950 pintinhos, que estavam pintados com corantes artificiais | Foto: Divulgação/Prefeitura de Serrinha
Novecentos e cinquenta pintinhos coloridos foram apreendidos na manhã desta sexta-feira (11), durante uma operação realizada no centro da cidade de Serrinha, na região sisaleira da Bahia.
Segundo informou a Prefeitura, em nota, além de serem vendidas ilegalmente, as aves foram pintadas com corantes artificiais, o que é considerado como maus-tratos e configura crime ambiental, com pena de detenção e multa.
O responsável pelos animais foi identificado como um menor de idade, que foi conduzido para a Delegacia de Serrinha, onde o caso foi registrado.
A gestão municipal não detalhou se ele ficou apreendido. O g1 disse que procurou a Polícia Civil (PC), mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Após a apreensão, realizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em parceria com a Guarda Civil Municipal (GCM), os pintinhos foram levados para um local seguro, para receber cuidados, água e alimentação adequados.
Ex-comandante-geral do Corpo de Bombeiros da Bahia é aposentado com remuneração de R$ 71 mil após ser exonerado
Por g1 BA

Ex-comandante-geral do Corpo de Bombeiros da Bahia é aposentado com remuneração de R$ 71 mil após ser exonerado | Foto: Reprodução/TV Bahia
O ex-comandante-geral do Corpo de Bombeiros da Bahia, coronel Adson Marchesini, foi incluído na reserva remunerada, a aposentadoria da corporação. A informação foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta sexta-feira (11).
Segundo o documento, Marchesini receberá de R$ 71,5 mil por mês, após a soma de todos os fatores levados em consideração, como tempo de serviço e estabilidade econômica.
A decisão é da última quinta-feira (10), dezoito dias após a data da publicação da exoneração de Marchesini do cargo que exercia, e a remuneração passa a valer desde então. A substituição pelo coronel Aloísio Mascarenhas Fernandes foi anunciada no dia 25 de março pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT).
No dia 2 de abril, o ex-comandante-geral da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), coronel Paulo José Reis de Azevedo Coutinho, também foi incluído na reserva remunerada. Ele receberá de R$ 64,4 mil por mês.
Além do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, outras duas forças da Segurança Pública estadual tiveram mudanças de liderança: a Polícia Civil e o Departamento de Polícia Técnica (DPT).